terça-feira, 2 de maio de 2017

Prendas de casamento - parte 2

E não é que voltei a encontrar as duas senhoras que, há uns dias, falavam de presentes de casamento? Foi novamente no autocarro, com a diferença de que ambos os casamentos a que iam decorreram no fim-de-semana passado. 

Não me chamem cusca, mas ficando sentada atrás ou à frente das senhoras, mesmo que vá a ler o meu livrinho, ouço a conversa toda. 

Bom, lembram-se de que uma das senhoras tinha o marido desempregado e queixava-se de que o casamento ficava muito caro porque não podia dar menos de duzentos e cinquenta euros para pagar o consumo dela, do marido e da filha? Note-se que esta filha já está emancipada e vive com o namorado, mas "coitadinha, temos de dar por ela. Pelo namorado é que não damos!"  Então, pelo que percebi, lá foi a senhora ao casamento com o envelope bem artilhado para dar pelos três. Ao dizer à filha que ia dar o envelope aos noivos e que dariam por ela, a moça terá respondido à mãe que já tinha dado. A mãe, espantada, disse-lhe: "Então, mas nós dávamos por ti!", ao que a filha terá replicado "Mas não davam pelo Felipe.". Ora "tomas". 

Ainda pensei que isso fosse a deixa para a senhora ganhar juízo e reduzir o conteúdo do envelope. Qual quê?! Disse à amiga: "Olhe, melhor para mim. Mas também já não ia estar a tirar o que tinha no envelope. Foi assim.". Quase a esganei e não era nada comigo!

Mas querem a melhor? Parece que o casamento a que a outra senhora foi foi fabuloso: muito bem organizado e servido. Porém, segundo a do envelope, o que lhe calhou em sorte foi uma porcaria, com as "rações" bem contadas  e porções pequeninas ao ponto de se ficar com fome. Contou que a sobremesa parecia a miniatura de uma fatia de bolo, que os doces do copo d'água eram poucos e preparados em doses muito pequenas. Que o casamento ainda tinha, pelo menos, uma centena de pessoas, mas que era tudo muito racionado. 

Pois. Mas o importante é "pagar-se o que se consome", não é? Ora aí está o significado de "levar um barrete". Provavelmente, pagou várias vezes o pouquito que comeu. É bem feita que é para aprender. 

2 comentários:

  1. Ahahahah, isso é que é sorte, ficar a saber a desgraça do desfecho do casório. A rapariga é que esteve bem.

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    1. É verdade. Foi uma curiosa coincidência.

      Ah, também achei! A mãe toda contente a deixar o rapaz de fora e a filha a trocar-lhe as voltas. Muito bom!

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